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sexta-feira, 24 de outubro de 2008

"Meus Oito Anos"

Oh que saudades que tenho Da aurora da minha vida, Da minha infância querida Que os anos não trazem mais Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras, A sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais. Como são belos os dias Do despontar da existência Respira a alma inocência, Como perfume a flor; O mar é lago sereno, O céu um manto azulado, O mundo um sonho dourado, A vida um hino de amor ! Que auroras, que sol, que vida Que noites de melodia, Naquela doce alegria, Naquele ingênuo folgar O céu bordado de estrelas, A terra de aromas cheia, As ondas beijando a areia E a lua beijando o mar ! Oh dias de minha infância, Oh meu céu de primavera ! Que doce a vida não era Nessa risonha manhã Em vez das mágoas de agora, Eu tinha nessas delicias De minha mãe as carícias E beijos de minha, irmã ! Livre filho das montanhas, Eu ia bem satisfeito, Pés descalços, braços nus, Correndo pelas campinas A roda das cachoeiras, Atrás das asas ligeiras Das borboletas azuis! Naqueles tempos ditosos Ia colher as pitangas, Trepava a tirar as mangas Brincava beira do mar! Rezava as Ave Marias, Achava o céu sempre lindo Adormecia sorrindo E despertava a cantar ! Oh que saudades que tenho Da aurora da minha vida Da, minha infância querida Que os anos não trazem mais Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras, A sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais!

Casimiro de Abreu

Um comentário:

  1. oiii!!!
    Tudo bem ?
    vim visitar o blog de vcs, agradecer o link que deram ao Você faz o Brasil.
    obrigada
    bjs...bye!!!

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